I'm not against progress, but appeal to common sense, this phrase from a song by Roberto Carlos portrays my vision on the responsibility of each human being for the care of nature. For those who think small your home is only where he sleeps, for those who think big is your home planet. (By Reasearcher Valdemir Mota de Menezes)
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
CARTA AOS “CIVILIZADOS”
O presidente dos Estados Unidos no ano de 1854, Franklin Pierce, propôs a uma
tribo indígena a compra de suas terras, oferecendo em contrapartida a concessão de uma outra “reserva”. A carta-resposta do chefe Seatle, distribuída pela ONU, tem sido considerada um dos mais belos e profundos pronunciamentos já feitos em defesa da natureza. Vejamos o que um indígena tem para ensinar para um homem branco:
Carta do chefe Seatle
Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra?
Essa idéia nos parece estranha.
Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los?
Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo.
Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia da praia, a penumbra da floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência do meu povo.
A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo lembranças do homem vermelho.
Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão
caminhar entre as estrelas.
Nossos mortos jamais esquecem da bela terra, pois ela é a mãe do homem vermelho.
Somos parte da terra e ela faz parte de nós.
Portanto, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, pede muito de nós.
Essa água brilhante que corre nos riachos e nos rios não é apenas água,
mas o sangue de nossos antepassados.
Se lhe vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, devem ensinar às crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo.
O murmúrio das águas é a voz dos meus ancestrais.
Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede.
Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças.
Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos, e seus também.
E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão.
Sabemos que o homem brando não entende nossos costumes.
Uma porção de terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita.
A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e quando ele a conquista, prossegue
seu caminho.
Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda.
Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa.
A sepultura de seu pai e o direito de seus filhos são esquecidos.
Trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como coisas que possam ser compradas, saqueadas, vendidas como carneiros, como enfeites coloridos.
Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.
Eu não sei, nossos costumes são diferentes dos seus.
A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho.
Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e não compreenda.
Não há lugar quieto nas cidades do homem branco.
Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar das folhas na primavera ou o bater das asas de um inseto.
Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo.
O ruído parece somente insultar os ouvidos.
E o que resta da vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite?
Eu sou um homem vermelho e não compreendo.
O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a
face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado
pelos pinheiros.
O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham
o mesmo sopro
– o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro.
Parece que o homem branco não sente o ar que respira.
Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao mau cheiro.
Mas se vendermos nossa terra ao homem branco, ele deve lembrar que
o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda vida
que mantém.
Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos
aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os
animais dessa terra como seus irmãos.
O que é um homem sem os animais?
Se todos os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito.
Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem.
Há uma ligação em tudo.
Ensinem às crianças o que ensinamos às nossas: que a terra é nossa mãe.
Tudo que acontecer à terra, acontecerá aos filhos da terra.
Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos.
Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra.
Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma
família.
Há uma ligação em tudo.
O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra.
O homem não tramou o tecido da vida: ele é simplesmente um de seus fios.
Tudo que fizer ao tecido, fará a si mesmo.
É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo.
De uma coisa estamos certos – e o homem branco poderá vir a descobrir um dia: nosso Deus é o mesmo Deus.
Ele é Deus do homem, e Sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o homem branco.
A terra Lhe é preciosa, e feri-la é desprezar seu criador.
Os brancos também passarão; talvez mais cedo do que as outras tribos.
Contaminem suas camas e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos.
Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados
pela força do Deus que os trouxe a esta terra e, por alguma razão
especial, lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho.
Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam domados, os recantos
secretos da floresta densa impregnados do cheiro de muitos homens, e a
visão dos morros obstruída por fios que falam.
Onde está o arvoredo? Desapareceu. Onde está a águia? Desapareceu. É
o final da vida e o início da sobrevivência....
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